sábado, 29 de setembro de 2007

Panelas...ora as panelas.


Uma coisa que com certeza influencia positivamente, ou negativamente, no sucesso culinário são as panelas.

- Será que panela velha realmente faz comida boa?

Eu tenho minhas dúvidas.

É claro que não adianta comprar panelas "Nélson Rodrigues", que são bonitinhas mas ordinárias. Mas também não me sinto Amélia o suficiente para ficar areando caçarolas nos dias que decido cozinhar.

E o pior não é só isso.
Existe uma grande quantidade de materiais dos quais elas são feitas. Então é sempre bom conhecer um pouco mais a respeito de cada um para poder sopesar seus prós e contras e decidir pelo que mais lhe adequar. Entre os muitos, temos panelas:

De Pedra Sabão ou Barro: Cujas principais características são cozinhar sem alterar o sabor da comida e apurar o sabor dos alimentos. Por ser de pedra/barro, essas panelas esquentam por igual, e em tese fazem com que a comida fique mais gostosa. Depois de retiradas do fogo, podem ir diretamente para a mesa porque mantém a comida quente por mais tempo. A característica de conservar a temperatura é porque a pedra sabão e o barro são maus condutores de calor, portanto demoram mais a aquecer que qualquer outra panela (mais consumo de gás). Por isto é preciso cuidado na hora de colocá-las ao fogo. Deve-se usar fogo baixo no início, para não rachar. E nunca se esquecer dos procedimentos a serem realizados antes do primeiro uso, de untá-las com óleo vegetal, e colocá-las no forno bem quente por pelo menos duas horas.

De Cobre: As panelas feitas desse material se aquecem homogeneamente em toda sua superfície, por ser o cobre um excelente condutor de calor, fato que não acontece com outros tipos de panelas comuns . Segundo entendidos, não há molho melhor que aqueles feitos em panelas ou caçarolas de cobre. Ao contrário do que se diz por aí, pode se cozinhar comidas de sal em panelas de cobre. Apenas não se pode deixar a comida esfriar dentro delas, pois aí forma o azinhavre, que é tóxico. Além disso, são inigualáveis para o preparo de doces. Devem sempre ter a superfície interna revestida de politetrafluoretileno (PTFE), titânio ou aço inoxidável.

De Ferro: São muito mais pesadas, mas duram a vida toda sem se deformar. No entanto, apesar da maior concentração e retenção de calor, até que estejam aquecidas o suficiente demoram mais, por conseqüência, maior consumo de gás. São ótimas para a saúde. Pesquisa realizada na Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp indica que cozinhar alimentos nesse tipo de panela chega a suprir cerca de 20% das necessidades diárias de ferro do organismo. Principalmente indicada para quem adota uma alimentação vegetariana. Deve-se tomar cuidado quando for lavar para não arranhar, pois poderão enferrujar e daí, é melhor jogá-las no lixo para não soltar nenhum tipo de partícula na comida. Esse tipo de material realça o gosto da comida. Importante guardar separada das demais para não arranhar. Este tipo de panela exige também um tratamento inicial, e após cada uso, devem ser sempre lavadas com sabão de coco e secadas ao fogo.

De Aço Inox: São muito boas, mas exigem que você lave e enxugue imediatamente, para não mancharem. Além do mais, algumas panelas existentes no mercado apenas primam pela aparência. Opte pelas com alça de baquelite e fundo triplo, que distribui melhor o calor.

De Vidro Temperado: É uma panela que exige prática no seu manuseio. Se por um lado são fáceis de lavar, vão ao microondas e ao fogão tradicional ou elétrico, são frágeis e é preciso muito cuidado com o a altura da chama. A comida pode facilmente grudar ou queimar. É preciso que assim que aquecidas, que o fogo seja diminuído, pois o vidro retém o calor e a mantém quente. Por exemplo, quando fizer arroz, assim que começar a secar a água, desligue e tampe, já que só o calor do vidro finaliza o cozimento.

De Alumínio: São as mais comuns no mercado. Baratas, fáceis de manipular e cozinhar alimentos. As preparações secas como farofas e as frituras são as mais indicadas neste material. Por outro lado, existe aquela velha história de que ao longo do uso, os alimentos preparados nessas panelas podem absorver metais durante o cozimento e afetar a saúde humana.

De Ágata: Freqüentemente escolhidas por serem bonitas e coloridas, formando um conjunto atraente aos utensílios domésticos. Resultado da vitrificação do esmalte sobre o aço a uma temperatura superior à 800ºC, os produtos esmaltados caracterizam-se por uma superfície lisa que evita a proliferação de bactérias, bem como atóxica uma vez que não libera qualquer material pesado quando do cozimento ou uso. Esta higiene é o principal argumento para a utilização deste tipo de produto com recém-nascidos. Assim como as de vidro, costumam grudar alimentos internamente dependendo do preparo. Cuidado para não deixar cair, pois trincam.

De Teflon ou T-Fal: É uma boa panela. Deve-se ter cuidado para não arranhar, utilizando sempre uma colher antiaderente ou de plástico resistente, ou ainda de madeira ou bambu. Como a panela de ferro pode soltar partículas prejudiciais a saúde. É leve e não exige que se esfregue para dar brilho, basta uma esponja macia. Indicadas para fritar e cozinhar com menor quantidade de óleo ou margarina.

É por essas e outras que minha preferência recaiu sobre as de aço inox mais pesadas.
Acho-as mais seguras, de fácil manutenção, duráveis e principalmente...bonitas.

Aqui na nossa cozinha temos dois jogos.
Um para o dia a dia, que já têm 5 anos e ainda dá conta do recado perfeitamente... e as minhas panelas.

Nessas ninguém põe a mão. Ganhei, no último dia dos Pais, um jogo que têm se revelado muito bom. Possuem tampas de vidro temperado, fundo triplo, bom peso, empunhadura e boa distribuição de calor. É claro que com aço inoxidável é preciso se acostumar, e todo cuidado é pouco, mas depois que se pega o jeito não se quer cozinhar com outro material.

Mas não é só escolher qual o material da sua panela.
Depois de se decidir por qual optar, é preciso saber que tipo de panelas e quantas são necessárias para começar a se formar uma cozinha. Na minha época de solteiro, quando montei minha primeira cozinha, minha lista básica era composta de:

- uma frigideira média em T-Flon;
- uma frigideira grande de 1,4 litros em aço inox
- uma panela pequena de 1,2 litros em aço inox;
- um cozi-vapore em aço inox;
- duas caçarolas médias de 1,7 e 2,4 litros em aço inox;
- uma caçarola funda de 3,5 litros em aço inox;
- uma espagueteira de 5 litros em aço inox com escorredor;
- uma panela de pressão de 5 litros em alumínio.

É claro que com o tempo a gente começa a cobiçar panelas que tem uma única utilidade, só vão ser usadas umas poucas vezes e ainda assim acabam no nosso paneleiro.
Mas ai já é uma outra história...

Ehhhh....trabalheira que isso dá.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Minhas Receitas...Nosso Multiply


Já tem algum tempo que mantenho no Multiply, um blog com coisas nossas chamado Família Martins. Também estão distribuídas por três páginas, umas 40 ou mais receitas que preparei e foram aprovadas.

Lá tem de tudo.
Desde drinques e receitas para máquina de fazer pão, até docinhos e alguns jantares mais complexos de serem preparados. Comecei com a brincadeira por causa da mania que tenho de nunca repetir um prato já feito...além de ser preguiçoso o suficiente para não montar um livro de receitas decente.
Assim, se a receita ficou boa...vai para o site, caso contrário é melhor não deixar registro e virar fumaça na minha memória.

Sei que corro o risco de um dia perder tudo isso, mas manter um caderno organizado dá trabalho demais!!!
Então, sendo como sou, não esperem muita ordem ou seqüência lógica. No site, vocês vão encontrar minhas observações a respeito dos pratos e como foram preparados. Por outro lado, curto compartilhar aquilo que deu certo e que me trás boas lembranças, até porque, comentários, visitas e novas amizades são sempre bem vindos.

Ehhhh....preguiça de ser organizado.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

De onde vem as minhas ervas


Quando comecei a cozinhar, isso já se vão uns 10 anos, sempre me incomodou usar ervas que não fossem frescas. É impressionante como o sabor, os aromas e os resultados culinários são diferentes quando não usamos aqueles maços de temperos meio ressecados que encontramos nos balcões de supermercados. Ainda não cheguei ao estágio de ter verduras e hortaliças diretamente da horta para a nossa mesa, mas acho que dei o primeiro passo.
Hoje, por acaso, conheci uma senhora que mantém uma horta muito bem sortida, aqui, no meio da cidade. É proprietária de uma barraca de feira onde vende seus produtos, e se comprometeu a nos entregar semanalmente rabanetes, cenouras, nabos, alfaces, cebolinhas, rúculas, abobrinhas, tomates e tudo mais o que quiséssemos através de um simples telefonema. Isto porque tem plantação a apenas uns 5/6 quarteirões de onde moramos.
Estou adorando a idéia.

Além disso, a horta de temperos daqui de casa está indo muito bem....obrigado.
Aliás, bem demais!!!

Não temos dado conta de consumir o tanto que as plantinhas crescem. Já temos alecrim, estragão, hortelã, menta, manjericão (italiano, gigante e miúdo), orégano, pimenta malagueta, tomilho (comum e limão) e sálvia. E na semana que vem, ainda pretendo comprar alfavaca, cebolinha, cebolete, manjerona e salsa (crespa e lisa).

Por conta disso, pizza de mussarela com orégano fresquinho, tomate e manjericão já não é novidade e a Ana Paula reclama:

- Putz pai, pizza com "verdinho"...de novo!!!

O estragão cresce, cresce, cresce e uma boa quantidade acaba se "estragando" por falta de consumo. Suco de abacaxi com hortelã ou limonada gelada com menta também não impressionam mais o pessoal, que agora anda exigindo novidades no cardápio ou sabores mais exóticos.
Um nhoque com manteiga e sálvia para 5 pessoas só consume umas 10 ou 15 folhinhas, e a plantinha já foi para um terceiro vaso de tão grande que ficou. O mesmo aconteceu com o manjericão que cresce feito mato e formou um arbusto de uns 30cm de altura.
A pimenteira está cheia de pimentas e eu ainda não sei o que fazer com elas. Até andei distribuindo mudas e folhas para os vizinhos e funcionários daqui do prédio, mas o pessoal, ou não sabe o que fazer com folhas ou não demonstra interesse em cuidar das plantinhas.

Aliás, fica uma dica para quem pretende cuidar de uma pequena horta de temperos. Evitem esses vasinhos que vendem em supermercados. As coitadas das ervas foram tão maltratadas que normalmente não vingam. Infelizmente, aprendi isso da maneira difícil.
O melhor é comprar no Ceagesp ou procurar uma boa horta, chácara ou centro de jardinagem que forneça mudas de qualidade e bem cuidadas.

Mas todo esse meu blá, blá, blá não é reclamação, não. Muito pelo contrário. Além da alimentação saudável, sem agrotóxicos, o prazer de colher e cozinhar com temperos que nós próprios plantamos e cuidamos é muito bom. Os resultados que tenho obtido na cozinha, o aroma gostoso e as horas que compartilho com a minha filha regando e mexendo na terra, tem sido maravilhoso. Fora a terapia de relaxamento, que por si só já é um bônus extra.

Ehhhh....coisa boa.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Vamos tomar café da manhã na padaria?


Essa é a nossa "padoca".

É onde ficam meus livros de culinária e também as duas melhores aquisições que fiz para a nossa cozinha.

A primeira é uma Máquina de Pão Fun Kitchen.
Comprei meio que sem querer, depois de dar um lance "se colar...colou" num leilão da internet.
Pelo preço que ofertei e número de parcelas que optei, achei que nunca iriam entregar. E se entregassem... provavelmente não seria nova.
E não é que dois dias depois, uma caixa lacrada, com uma máquina novinha em folha foi deixada aqui na portaria!!!

A segunda máquina é a Café Espresso Saeco Incanto.
Aportou no nosso apartamento após de uma semana de brigas entre eu e a Ana. Comprei só para agrada-la. Mas para me irritar, por um tempão ela continuou a fazer jogo duro. No fim dona patroa acabou se rendendo aos deliciosos espressos, cappuccinos e latte macchiatos que saem da máquininha...e eu que não gostava de café, também.

Se separadas são boas, em conjunto formam um time imbatível que vale cada centavo. Mas na realidade, estou escrevendo este texto porque agora são 11:50 de sexta-feira, e como de costume, acabei de iniciar o programa para preparar um gostoso pão francês.

Jogar num recipiente água, farinha, sal, açúcar, fermento seco e pressionar dois botões é tudo o que toma para que às 9:00 de amanhã nosso quarto seja invadido pelo delicioso cheirinho de pão saindo do forno.

Mas não é só isso.
Ao toque de outro botão, a máquina de café se põe a ranger e zumbir. Grãos são moídos, água fervida, pó compactado e em menos de 30 segundos temos duas xícaras de um café forte em temperatura perfeita e sabor delicioso.

Agora me digam.
Quem é que não gosta de acordar no final de semana para tomar café quentinho enquanto passa manteiga num pão de casca crocante e miolo fumengante ?

Acreditem...é bom demais!

Tenho pensado seriamente em comprar uma vaca para colocá-la na varanda do nosso apartamento. Aí então íamos poder acompanhar o café e o pão que já temos, com leite fresco e manteiga feita em casa.

Ehhhh....vidinha mais ou menos.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

O que eu quero é espaço na minha cozinha.


Bom...resolvi começar esse blog para desopilar um pouco o fígado.

Pelos últimos 5 anos tivemos um refrigerador de 360 litros que nunca apresentou problemas e sempre nos atendeu perfeitamente bem. Mas, se por um lado morar de cara com a praia tem suas vantagens, por outro, não existe eletrodoméstico que resista a corrosão litorânea.
E com a nossa geladeira não foi diferente. Sua lataria, que um dia foi imaculadamente branca, já estava toda sardentinha e com aparência de adolescente perebento.
Como o orçamento da "funilaria" ficava em quase 1/4 do preço de uma geladeira nova, achei melhor aposentar a coitadinha. Afinal, era merecido o descanso por ter cumprido com dignidade o dever de conservar o alimento nosso de cada dia, e o mais importante, gelar minhas latinhas de cerveja.

Então, lá fui eu pesquisar nas lojas e internet por uma substituta a altura da sua antecessora. Procurei, analisei, fucei, perguntei, comparei e acabei me decidindo por uma Bosch com nomenclatura de nave espacial - KDN42V, de 403 litros.
Mostrei a foto acima para a dona patroa que gostou e aprovou, e eu pensei comigo mesmo:

- Essa deve ser boa. Se a antiga com 360 litros já estava razoável, com uma 403 litros de espaço imaginem quantas latinhas mais vou poder gelar!!!

E embalado na possibilidade, passei o checão.
Hoje chegou a tal geladeira nova.

Bonitona!!! Maior do que a antiga!!! Lataria branquinha e lisinha feito ambulância zero Km.
Desembalei, coloquei no seu devido lugar, limpei por dentro e comecei a esvaziar a menor. Tira de uma...passa para a outra, tira de uma...passa para a outra, tira de uma...passa para a outra...

- Ué, já está cheia e a outra ainda não esvaziou!!! Como é que pode???
- Naaah, nem se preocupa, deve ser má distribuição. Afinal essa é 43 litros maior do que a antiga.

Arruma tudo de novo, distribui melhor e...ainda não coube tudo.

- Mas que porra, o que é que está acontecendo ?!?!!

Abri a porta da antiga, tirei umas medidas, comparei e pude comprovar que a geladeira nova realmente tem mais espaço interno.

- Então porque não cabe tudo o que cabia na outra???

A resposta é...projeto mal feito onde faltam prateleiras e sobram inúteis pequenas divisões.
Enquanto o freezer da primeira tinha duas prateleiras no seu interior e duas na porta, essa tem apenas uma divisão no seu interior e outra na porta.
Na antiga tínhamos uma gaveta de legumes ampla e profunda. A nova veio com uma gaveta do tamanho de um bolso e profundidade de poça d'agua.
Onde antes era possível armazenar vinte ovos, agora só cabe uma dúzia, mas em compensação, a porta do refrigerador é toda modernosa com espaços específicos para latinhas de cerveja.
Com a minha nova aquisição não consigo armazenar tudo o que antigamente conseguia com uma geladeira menor, mas se compararmos as duas...agora tenho mais espaço interno.

- Legal, né?!?!?!

Bom, acho melhor não me aborrecer, afinal...nossas garrafas d'agua estão se sentindo muito mais confortáveis com tanto espaço a disposição.

Ehhhh....raiva.